Cuidadores

Ajudar na medida certa como cuidador informal

O papel de um cuidador informal é fundamental para garantir o bem-estar e a qualidade de vida de uma pessoa que necessita de cuidados especiais. No entanto, é importante saber ajudar na medida certa como cuidador informal, respeitando os limites e as necessidades de ambos.

Para ajudar na medida certa, é importante que o cuidador informal saiba diferenciar as diferentes formas de ajudar o seu ente querido dependente, as consequências de ajudar em demasia e o momento certo em que deve ajudar ou deixar a pessoa fazer sozinha. É disso que vamos falar hoje.

Formas de ajuda

No dia-a-dia, a nossa ajuda pode apresentar-se sob as seguintes formas:

  • Preocupação_ que surge quando há a possibilidade da pessoa dependente não conseguir corretamente determinada tarefa podendo resultar em consequências negativas na sua saúde. Por conseguinte, o cuidador é consciente que as capacidades do familiar estão fragilizadas e que existe um real risco de acidente.
  • Supervisão_ que consiste na vigilância da pessoa em situação de dependência com o principal objetivo de promover a segurança da pessoa cuidada durante uma atividade evitando situações que possam prejudicar o seu estado de saúde. No entanto, a pessoa ainda consegue realizar as suas tarefas.
  • Orientação_ em determinadas situações ou casos, o doente não necessita de ser substituído mas sim de pequenas orientações de como realizar alguma atividade permitindo-lhe estimular as suas capacidades e simultaneamente evitando um desempenho inadequado e prejudicial à sua saúde.
  • Ajuda parcial_ deve ser usada apenas quando os apoios, anteriormente referidos, já não são adequados para a realização de determinadas tarefas pois implica, parcialmente, a substituição da pessoa. Esta ajuda é um poio complementar e é determinante na manutenção do autocuidado, para a satisfação das necessidades do doente e para a estimulação das capacidades que possui.
  • Substituição_ é recomendada apenas nos casos em que a pessoa é totalmente incapaz de desempenhar determinada tarefa.

 

O que acontece se fizermos tudo pelo nosso familiar mesmo que ele seja capaz de fazer sozinho?

Frequentemente, na nossa vontade genuína de proteger, ajudar e aliviar o nosso familiar dos efeitos da dependência, acabamos por não deixar o nosso familiar fazer por si e/ou decidir o que é melhor para ele próprio. Ao não promovermos a autonomia do nosso ente querido o mais possível, ele fica menos ativo, o organismo fragiliza ainda mais, o que leva a dependência a agravar-se e, por conseguinte, o cuidador informal acaba sobrecarregado “antes do tempo” (correndo desta forma maior risco de desenvolver a chamada Síndrome do cuidador).

 

Mas então como podemos ajudar na medida certa?

A melhor maneira de ajudarmos na medida certa como cuidador informal é basear a nossa prestação de cuidados sob estas 3 regras de ouro:

  • Nunca fazermos algo no lugar do nosso ente querido se ele é capaz de o fazer (mesmo que demore mais tempo ou “não faça tão bem como queríamos”);
  • Respeitar os limites do nosso familiar;
  • Respeitar os nossos próprios limites pedindo ajuda sempre que necessário (é impossível cuidar de alguém de forma eficaz se o próprio cuidador não estiver bem).

Além disso, é importante que o cuidador se informe sobre a condição de saúde do paciente, procurando entender as suas necessidades e limitações. Isso pode ajudar a evitar situações de stress e frustração, além de permitir uma melhor prestação de cuidados.

Em resumo, para ajudar na medida certa como cuidador informal, devemos estar ciente que existem diversas formas de ajudar pois nem sempre implica substituir a pessoa cuidada, que é fundamental estabelecer limites, cuidar de si mesmo, informar-se sobre a condição do paciente e saber pedir ajuda quando necessário. Dessa forma, será possível garantir o bem-estar não só do paciente, mas também do próprio cuidador.

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